sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CRER? EM QUE? ONDE? MATAMOS DEUS!



Caro leitor, este artigo é uma expressão pessoal para um  aprofundamento de Feuerbach, com base na sua obra “Essência do Cristianismo”, onde encontramos a visão da religião como antropologia, ou seja, as atribuições divinas são reduzidas a uma questão antropológica onde podemos Perceber que o ser humano é perfeito, pois a sua própria consciência é perfeita e ilimitada. Assim o homem quando perceber e compreende o ser absoluto, etoma consciência que a religião é ele próprio, chega-se, portanto ao seu autoconhecimento. Assim a morte de Deus é anunciada. Agora te pergunto: porque temos que crer? Crer em que? Será que vivemos em uma dualidade fé e razão.

Ludwig Feuerbach é considerado um dos filósofos que nega Deus e ele tem razão! Mas é importante que voce entenda o significado dessa morte antes de tirar conclusões precipitadas. A religião  para Feuerbach é  a essência do ser humano, lugar onde o homem projeta suas qualidades no ser transcendente, isto é, num ser divino. E para Feuerbach, somos diferentes: homens e animais. A diferença se dá na consciência que o homem tem e o animal não possui. Ou seja, a consciência é o objeto da religião, portanto a consciência é infinita, logo, a religião é uma relação que o homem tem da sua essência limitada com a mais infinita, que está no próprio sujeito, portanto a religião é um estudo antropológico mais utilizado pelos meios eclesiais entre outros. Mas, para que possamos compreender melhor, precisamos respaldar na filosofia e sua origem.

A filosofia nasceu na busca de uma explicação racional da origem. Os filósofos inclinaram-se seus estudos à natureza-physis, e foram chamados de naturalistas ou de pré-socráticos. Assim Sócrates realiza uma reviravolta, onde tira o foco do cosmo, e coloca no homem, sendo assim um antropocentrismo. Aristóteles buscou a primeira causa, mais conhecido como o motor imóvel, e busca a essência do ser. Interessante observar que na idade medieval, a verdade não é mais procurada, pois ela já esta revelada, ou seja, já esta posta para os indivíduos. Grande poderio da Igreja Católica na imposição de crenças e dogmas, pois o medo das verdades que surgiam causavam pavor no meio eclesial, por isso a Igreja foi tão radical com seus fieis. Porem muitas mortes em nome de Deus e da Igreja. Que verdade é essa que mata pessoas “não matarás” o Ser supremo nos diz não matarás, mas em nome dele criamos rios de sangue.
Na modernidade  com Descartes o ponto de partida por uma certeza é a dúvida, pois é preciso duvidar, mas tem a certeza que para se seguir é preciso pensar: “penso, logo existo” essa é a primeira certeza, o cogito. Chegado a essa verdade é possível afirmar que as coisas são todas verdadeiras. Ou seja, o problema não se limita somente a religião, mas ao próprio homem.
Como o homem é diferente do animal  por possui consciência sendo essa consciência infinita para Feuerbach.  O homem tem um poder de transcender, ou seja, transcende a si mesmo e estabelece  relação com o gênero e essa relação com esse ser transcendental, isto é, divino o homem se sente finito, pequeno. Onde para o sujeito  esse ser divino, Deus,  é um ser existente  que sua essência esta fora de nós. As qualidades. Mas essas qualidades para Feuerbach é apenas a essência do próprio homem. O homem diante da natureza se sente limitado e finito, e a religião serve como um alívio, já que ela teria  a possibilidade  da onipotência e da infinitude de Deus para oferecer ao homem. E todas as qualidades divinas, são qualidades que o homem projeta, num ser transcendental, e que assim  Deus é o próprio homem. Ou seja, a religião é uma ilusão criada pela próprio homem.

O homem toma consciência  de si mesmo através do objeto, a consciência do objeto é a consciência  que o homem tem de si mesmo. Através do objeto conheces o homem, nele sua essência revelada, o seu verdadeiro  objetivo. Feuerbach1988, p.46

Já dizia o filósofo Martim Buber:  “O homem é um ser de relação” e Feuerbach apresenta como sendo capaz de ocupar ao mesmo tempo o lugar do EU e TU, devido sua essência ser objeto. O homem toma o objeto à consciência, mas tem em Feuerbach, que a religião não é consciência de Deus, mas a própria consciência , isto é, o homem se compreende, ou seja, a auto consciência, “ a consciência é o ser objeto-de-si-mesmo, de um ser , por isso não é nada especial, nada diferente do ser que é consciente de si mesmo”

 O objeto do homem nada mais  é que sua própria  essência objetivada. Como o homem pensar, como for intencionado, assim é o seu Deus. Quanto valor tem o homem, tanto valor e não mais tem seu Deus. A consciência de Deus é a consciência que o homem tem de si mesmo, o conhecimento de Deus é o conhecimento que o homem tem de si mesmo. Feuerbach 1988, p.56

Assim o homem ocupa definitivamente o lugar de Deus para Feuerbach, assim a religião não pode ter como objeto Deus, mas sim o próprio homem, ele agora é começo, meio e fim da religião.

Deus é o ser agente em mim comigo através  de mim, sobre mim e para mim, é o princípio da minha salvação, das minhas boas intenções e ações, logo, do meu próprio bom princípio e essência este é o ato da atração religiosa. Feuerbach, 1988, p.72.

Está  posta que  a representação de Deus  é apenas humana, pois quando ao olhar para Deus o homem vê apenas a si mesmo. Por isso  ele passa ser atração da religião, já que a essência  do homem é perfeição e ela é constituída da “razão”, “vontade” e “coração” , assim vai se constituindo o ser absoluto.

Para encerrar, matamos Deus pois:

Quando tudo parecia anunciar  os funerais de Deus e o fim da religião, o mundo foi invadido por uma infinidade de novos deuses e demônios, e um novo fervor religioso, que totalmente desconhecíamos, tanto pela sua intensidade quanto pela variedade de suas formas, encheu os espaços profanos do mundo que se proclamava secularizado. ALVES, 1975. P.10

Não importa qual seja sua religião, seu Deus, importa que você seja feliz, pois Deus não é uma aspirina e nem um banco, Deus não precisa de ouro ou prata. Porem o ser humano sem quer ser Deus. Que tal você experimentar ser você mesmo e com certeza encontrarás um Deus dentro de você. Sua consciência. Como Já dizia Sócrates:

"CONHEÇA-TE A TI MESMO" ESSA É A NOSSA META!





Ludwig Andreas Feuerbach nasceu na Alemanha, em 28 de julho de 1804. Filho de Anselm Ritter Von Feuerbach, um jurista famoso. Feuerbach chega a ser batizado na igreja católica, mas a sua educação foi realizada na religião protestante.

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