quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Olá pessoal, peço desculpa por não ter postado mais artigos nos ultimos dias.
Estou preparando um texto e no decorrer fui levado a refletir muito sobre o tema e as situaçoes vindouras, porem estou em momento de reflexao.
Aguardem esse texto virá com certeza e voces poderam adentar em varios questionamentos.

até breve!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Parsifal Fantasia Richard Wagner

Deixe esse belissimo som, penetrar em seu pensamento, e deixe-se ser conduzido pela sublime toque da arte

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Epicuro - carta a felicidade


Introdução 

Epicuro nasceu em 341 a.C., na ilha grega de Samos, mas sempre ostentou a cidadania ateniense herdada pelo pai emigrante.
Em Samos, ele passou a infância e a juventude, iniciando seus estudos de filosofia com o acadêmico Plânfilo, filósofo platônico cujas lições seguiu dos 14 ao 18 anos. Ao atingir essa idade Epicuro transfere-se para Atenas para cumprir os dois anos obrigatórios do treinamento militar destinado aos febos. Em 306 a.C. ele adquire uma ampla casa com um amplo jardim onde abriu sua famosa escola em Atenas, logo conhecida como “O Jardim de Epicuro”
Epicuro faleceu em 270 a.C., aos setenta e dois anos de idade, e foi seu fiel discípulo Hemarco quem o sucedeu na direção da escola. A carta a Meneceu, de Epicuro, é mais conhecida como Carta sobre a felicidade tendo em vista atingir a tão almejada “saúde do Espirito”.
Tem como meta atingir a felicidade do homem, a começar pela crença na existência dos deuses, considerados imortais e bem aventurados.
Em outro tópico é apresentada a morte, como o mais aterrador dos males.
Para Epicuro vencer o medo da morte é necessário, pois o importante é a qualidade de vida e não a duração. Já o desejo é acompanhado das grandes necessidades, do cuidado do corpo e da tranqüilidade do espirito. O prazer como bem principal é inato, não é algo que deva ser buscado a todo custo.
E finalmente o homem sábio jamais deve acreditar cegamente no destino e na sorte como se estes fossem fatalidades inexoráveis e sem esperança, despontando aqui a sua crença na vontade e na liberdade do homem.

Carta sobre a felicidade

A filosofia é útil a todos não importando a idade, seja para o jovem ou para o velho.

“ que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de faze-lo depois de velho, por ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito.(Epicuro, carta sobre a felicidade, pág.21).

A filosofia nos traz ao envelhecer a recordação das coisas que já se foram e enquanto jovem as coisa que virão. É necessário cuidar das coisas que trazem a felicidade, Epicuro da seus ensinamentos e diz: “pratica e cultiva os ensinamentos que sempre vos transmiti, na certeza de que eles constituem os elementos fundamentais para uma vida feliz.” (Epicuro, carta sobre a felicidade, pág.23).

Epicuro traz em primeiro lugar a sua consideração as divindades como um ente imortal não podendo contribuir a ela nada que seja incompatível com sua imortalidade. Os deuses de fato existem e é evidente o conhecimento que temos deles. Surge então a crença que os deuses trazem malefícios, quando o ímpio atribui aos deuses os falsos juízos. Daí a crença de que os deuses causam os maiores malefícios aos maus e maiores benefícios aos bons.
Epicuro também nos traz a idéia de que a morte para nós não é nada.

“A morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações.” (Epicuro, Carta sobre a felicidade, pág.27).

Aquele que não tem medo de morrer, está convencido que não há nada de terrível em deixar de viver, por isso Epicuro diz que a morte é chegada pois aflige a própria espera, e aquele que está preparado para receber não fica afligido pois não tem o medo da morte, visando ele a imortalidade do espirito.

“Quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrario, quando a morte está presente, nós é que não estamos.A morte, portanto, não é nada, nem para os vivos, nem para os mortos, já que aqueles, ela não existe, ao passo que este não estão nem aqui.” (Epicuro, Carta sobre a felicidade, pág.29).

Ser um homem sábio é ser um homem que sabe viver bem, sem medo do que há por vir, para um homem sábio viver não é um fardo e o não viver não se torna um mal. O viver para Epicuro tem um sentido muito grande e bonito quanto a vida. Mesmo sabendo que o futuro não é nosso, o homem é livre.

A escolha pelo prazer se têm, a natural e a necessária ambas caminhando juntas.
Só sentimos prazer quando sofremos pela sua ausência.
“O prazer é o inicio e o fim da vida”.( Epicuro, Carta sobre a felicidade, pág.37).

Más não escolhemos qualquer prazer, embora seja ela inato.

Saber avaliar a dor e o prazer é o grande critério para atingir a felicidade.

“Quando então dizemos que o fim último é o prazer, não nos referimos aos prazeres intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos,... mas o prazer é a ausência de sofrimentos físicos e de perturbações da alma.” (Epicuro, Carta sobre a felicidade, pág.41).

“Medita, pois todas esta coisas e muitas outras a elas congêneres, dia e noite, contigo mesmo e com teus semelhantes, e nunca mais te sentirás perturbado, que acordado, quer dormindo, mas viverás como um deus entre os homens. Pois não se assemelha absolutamente a um mortal o homem que vive entre bens imortais.” Epicuro, Carta sobre a felicidade, pág.48).

A filosofia, para Epicuro, deveria servir ao homem como instrumento de libertação e como via de acesso à verdadeira felicidade. Está consistiria na serenidade de espírito que advém da consciência de que é ao homem que compete conseguir o domínio de si mesmo.
Com sua concepção da realidade, Epicuro pretende libertar o homem dos dois temores que o impediram de encontrar a felicidade: o medo dos deuses e o temor da morte. Os deuses existem, afirma Epicuro, mas seriam seres perfeitos que não se misturam às imperfeições e as vicissitudes da vida humana.
Quanto à morte, não há também porque teme-la. A morte, portanto, não existe enquanto o homem vive e este não existe mais quando ela sobrevém.
Epicuro afirma que o prazer que o homem deve buscar não é o da pura satisfação física imediata e mutável. Para Epicuro o prazer que deve nortear a conduta humana é constituído pela ausência de perturbação e pela ausência de dor, ambas podem ser alcançadas na medida em que o homem, através do autodomínio, busque a auto-suficiência que o torne um ser que tem em si mesmo sua própria lei, capaz de ser feliz e sereno independentemente das circunstâncias.

Bibliografia

Epicuro. Carta sobre a felicidade: (a Meneceu) / Epicuro: tradução e apresentação de Álvaro Lorencine e Enzo Del Carrote. – São Paulo: Editora Unesp, 2002.

OH GOD THY SEA IS GREAT..MY BOAT SO SMALL "OH, DEUS, TEU MAR É TÃO GRANDE, E MEU BARCO É TÃO PEQUENO..."


"OH, DEUS, TEU MAR É TÃO GRANDE, E MEU BARCO É TÃO PEQUENO..." 

OH GOD THY SEA IS GREAT..MY BOAT SO SMALL

Acabei de ver o Filme "Treze dias que abalaram o Mundo". Ele termina com essa frase sendo evidenciada, alusiva ao quanto nos sentimos pequenos, quando temos que tomar decisões que envolvem uma realidade complexa, assumindo os riscos por seus eventuais e ás vezes incontroláveis desdobramentos. Ora, há situações em que REALMENTE temos que tomar decisões, e elasTEM que ser as decisões CORRETAS. Como alguém já disse, entre DEUS e o diabo só há os HOMENS DE BOA VONTADE, termo este tomado em seu sentido geral, indicando os seres humanos, homens e mulheres de BEM, e que devem usar todos os recursos disponíveis para que prevaleça o caminho certo. E o caminho certo, com certeza, é aquele que beneficie ao maior número de pessoas de bem. Poderíamos chamá-lo de BEM COMUM. O fato é que surgem determinadas encruzilhadas, sejam políticas ou existenciais, em que o melhor caminho há de ser o que permita a conciliação pacífica de interesses, mesmo quando submetidos às mais diversas formas de pressão. Se chegamos hoje, no início do século XXI, a um estágio de desenvolvimento do espírito humano em que prevalecem as SOLUÇÕES PACÍFICAS, a priori, dos litígios que surgem, nas mais diversas modalidades do relacionamento humano, seja no seio familiar, seja no contexto das nações, é graças ao esforço de pessoas corajosas, que souberam escolher o lado RACIONAL em detrimento das opções precipitadas ou puramente emotivas, diante de situações cruciais, que tenderiam a nos conduzir ao aprofundamento de uma crise em curso ou à generalização de um conflito iminente. Pessoas que souberam nos conduzir ao desarmamento dos ânimos arrefecidos em prol de entendimento entre interesses opostos. Forçar a barra, ou partir para o ataque direto, excluindo as soluções negociáveis, encontra hoje barreiras mais sólidas, que se manifestam tanto nas leis em vigor, como nas mais elementares regras do trato social. Falando em linguagem coloquial, o tempo de simplesmente "partir para a porrada" acabou. Isso hoje se reflete tanto na maneira como os pais educam seus filhos, em que a imposição de castigos físicos é algo ilegal e imoral, passando pelo relacionamento entre os casais - em que as agressões ou crimes passionais se tornaram intoleráveis - quanto na maneira como grupos antagônicos - seja qual for sua dimensão - resolvem seus atritos. Torcidas organizadas, diferentes grupos étnicos, facções políticas ou religiosas, enfim, a regra em vigor é e deverá ser por bastante tempo, no mundo dito civilizado, a regra da PAZ. A imposição de condições só se justifica hoje quando e se embasada em critérios legais pre-determinados, como o uso da Força contra o crime, ou para submeter uma resistência manifestamente ilegal.

Vale terminar, citando Shakespeare:
"SONNET XVI

But wherefore do not you a mightier way
Make war upon this bloody tyrant, Time?
And fortify yourself in your decay
With means more blessed than my barren rhyme?
Now stand you on the top of happy hours,
And many maiden gardens yet unset
With virtuous wish would bear your living flowers,
Much liker than your painted counterfeit:
So should the lines of life that life repair,
Which this, Time's pencil, or my pupil pen,
Neither in inward worth nor outward fair,
Can make you live yourself in eyes of men.
To give away yourself keeps yourself still,
And you must live, drawn by your own sweet skill.

TRADUÇÃO:

SONETO XVI


Por que não usas meio mais viril
Ao guerrear, oh Tempo, o sanguinário?
E à tua decadência, mais que o vil
Poema, não provocas danos vários?
Agora estarias vivendo os teus amores
E diversos jardins, ainda intactos,
Germinariam tuas ricas flores,
Mais sinceras que teu próprio retrato.
Vê como então o herdeiro te repara,
Pois o pincel do Tempo ou minha pena
Teu mais alto valor e feição rara
Aos homens não provocam melhor cena.
E se ao mundo te dás, tua beleza
Assim persistirá por tal destreza."

FINALIZANDO, NÃO PODERIA DEIXAR DE REPRODUZIR:

"No, Time, thou shalt no boast that I do change!
Thy pyramids built up with newer might
To me are nothing novel, nothing strange;
They are but dressings of a former sight.

( Não, Tempo, não zombarás de minhas mudanças!
As pirâmides que novamente construíste
Não me parecem novas, nem estranhas;
Apenas as mesmas com novas vestimentas.)


Se adverte nestes versos uma alusão à doutrina do tempo circular, que professaram os pitagóricos e os estóicos e que Santo Agostinho refutou. Também pode advertir-se que Shakespeare descria de novidades.

Tecnicamente os sonetos de Shakespeare são, é indiscutível, inferiores aos de Milton, aos de Wordsworth, aos de Rossetti ou aos de Swinburne. Incidem em alegorias momentâneas, que só a rima justifica, e em engenhosidades nada engenhosas. Há, não obstante, uma diferença que não devo calar. Um soneto de Rossetti, digamos, é uma estrutura verbal, um belo objeto de palavras construído pelo poeta e que se interpõe entre ele e nós; os sonetos de Shakespeare são confidências que nunca acabaremos de decifrar, pois sentimos imediatas e necessárias.


Buenos Aires, treze de dezembro de 1980.

(excertos da introdução aos 48 Sonetos, traduzidos para o castelhano por Manuel Mújica Lainez