Caro leitor, nesses últimos dias tenho acompanhando a nova novela da rede globo "morde e assopra" apesar do titulo da novela pode abordar um outro tema que nem irei falar agora, mas algumas cenas me chamaram a atenção. Pois bem irei introduzir o assunto para aqueles que não assistiram à novela. Abaixo acompanhe um trecho da novela falando sobre o assunto.
Ícaro, o personagem interpretado por Mateus Solano na trama de Walcyr Carrasco é uma soma de razão e coração. Ele é um cientista de robótica - uma profissão extremamente racional, porem pela perda de seu amor, move sua busca por novas tecnologias na tentativa de "recriar" a amada Naomi interpretada por Flávia Alessandra, morta em um acidente.
Assim adentramos a reflexão. Primeiramente quero deixar aqui o sentido dessa reflexão filosófica; A filosofia é característica de uma atitude fora do senso comum, considerada por muitos com negativa, pois ela traz um questionamento a tudo aquilo que para grande massa é normal e isso incomoda muito, porem, nos ajuda a crescer muito. A novela aborda um tema interessante que prefiro considerar e chamar de medo da morte, medo da solidão, fuga da realidade. Mesmo que não seja esse o sentido que o autor quis dizer, por isso digo novamente, a filosofia nos leva ao questionamento, um olhar novo.
Hoje nos deparamos com uma sociedade cada dia mais cibernética, robótica, capitalista etc. A sociedade para querer fugir de seus anseios, de suas realidades, se assumir seus atos, muitos criam rotas de fuga gerado pelo medo, insegurança e isso não é bom para o Ser Humano.
Sei que não é fácil dizer isso pois você pode estar pensando,: como esse rapaz fala isso ele não está passando pelos meus problemas ou dizer ele não perdeu um ente querido, um amigo etc... Você pode dizer e querer justificar tudo isso, mas essa é a verdade, fugimos ao contrário de enfrentar e cresce.
O ser humano segundo a ciência e diversas crenças dizem que somos formados por celular, sistema nervoso, glândulas, emoções, sentimentos ou seja, formado por um DNA.
Segundo o filósofo Sócrates, quem primeiro se inclinou a estudar o ser humano dizia “Conhece-te a ti mesmo”. Para Sócrates o homem era alguém que podia responder com racionalidade a uma indagação racional. Para seu aluno, Platão, o homem é alma e com isso, ele é imortal. A definição mais comum que se manteve por muito tempo é que o homem é um animal racional, defendida por muitos filósofos importantes de gerações passadas como: Descartes, Spinoza, Kant, Hegel e outros. Mas com decorrer do tempo muito se mudou e atualmente são muitas as definições que temos baseadas em características do homem. Como a de que este é um ser livre (Sartre); para Gabriel Marcel, um ser problemático; para Luckmann, um ser religioso.
Agora, finalmente estuda-se o homem pós-moderno. A pós-modernidade, que surgiu a partir da insatisfação perante a modernidade, foi prenunciada talvez por Nietzsche em Zaratustra. Foi a partir da década de 80 que se intensificou a informática, explodiu o surto místico-psíquico-religioso e instaurou-se a globalização neocapitalista. Assim, a pós-modernidade tem revelado uma aceleração histórica. O filósofo Lyotard diz que “hoje a vida anda depressa”. O homem sente-se acossado pelos acontecimentos e atropelado pelas inovações tecnológicas.
Chegamos ao ponto chave. Inovações tecnológicas. Imagine que você perde um ente querido ou até mesmo que você tenha falecido e alguém que te conhece, têm fotos, gravações etc. Resolve criar uma máquina e implantar todos os conhecimentos que ele tem a seu respeito em uma placa de computador. Pergunto-te: seria você mesmo? Reflita sobre essa pergunta, um robô seria você?
A vida é belíssima, mas ser humano é surpreendentemente imprevisível. É isso que nos torna belo. A morte virá e ela é simplesmente uma passagem, mas temos que superar, precisamos passar por situações que nos conduza ao crescimento mesmo que ela seja as vezes dolorida. Conversando com um amigo no final de semana ele abordou algo interessante, fez o seguinte questionamento: Quem afirma que estamos acordados? Será que não estamos sonhando? Quem somos? Será que sou um programa de computador? Se for sonho, como será ao acordar? Se for um programa de computador como seria se fosse descartado, queimasse a placa mãe?
Caro leitor quantos questionamentos podemos fazer hein!
Reflita sobre tudo isso e deixe seu comentário sobre esse artigo.
Sugestões de leitura:
Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 2002.
Arduini, Juvenal. Antropologia: ousar para reinventar a humanidade, São Paulo, Paulus, 2002.
Galliano, Alfredo Guilherme. Introdução à Sociologia. São Paulo, Harbra, 1986.
Packter, Lucio; Catunda, Michael. Antropologia Filosófica. Paraná, Virtual, 2002.
Bauman, Zygmunt. Medo Liquido. São Paulo, Zahar, 2006